sábado, 22 de outubro de 2011

Existem Feiticeiros, Maus-Olhados, Bruxarias?




O Judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta plenamente estabelecida. 
Moisés foi o medianeiro (o médium) que recebia orientações dos Espíritos superiores, na condução do seu povo em busca da Terra Prometida. 

Mas também recebia orientações morais e espirituais, e no Antigo Testamento são inúmeras as ocasiões em que Deus (ou os Espíritos enviados por Deus) ditam a Moisés normas de conduta, e sobretudo princípios morais. 

O episódio mais famoso é o da subida ao Monte Sinai e aí recebe os Dez Mandamentos, ainda hoje actualíssimos, porque são leis morais eternas e imutáveis.
A crença nas divindades pagãs era muito arreigada entre o povo Judeu. 
E lembram-se os amigos leitores do que sucedeu enquanto Moisés subia ao Sinai para receber os mandamentos da Lei de Deus? Exactamente! O povo fundiu as suas peças de ouro, moldou um bezerro de ouro, e estava a prestar-lhe culto, quando Moisés regressou...

Compreensivelmente zangado, Moisés compreendeu que o povo não estava preparado para substituir a facilidade de pedir favores aos "deuses" pela dificuldade do bem proceder, do ser honesto, justo, de tratar o próximo como gostamos de ser tratados.

A religião judaica, apesar de monoteísta, revestiu-se, por isso, de muito cerimonial exterior. Templos, sacerdotes, símbolos, preceitos a cumprir, são do Judaísmo e de todas as religiões, porque os hábitos antigos não se perdem facilmente, e continua ainda hoje a ser mais fácil cumprir mil e um preceitos do que cumprir o código moral singelo dos Dez Mandamentos.

As religiões monoteístas mais conhecidas são as religiões cristãs, as hinduístas, as judaicas e as islâmicas. 

Falamos no plural porque cada uma destas famílias religiosas tem diversos ramos, que diferem em modos de interpretar Escrituras, em concepções filosóficas e nos rituais. 

Note-se que o Hinduísmo, frequentemente considerado politeísta, é uma religião monoteísta, que chama Bhrama ao Deus Único e admite outras divindades como manifestação de Bhrama, mais uma vez para chegar ao povo com mais facilidade.


As religiões monoteístas não puderam cortar com a tradição das religiões politeístas, ou mágicas (ver post anterior). 

Os rituais, templos, altares, sacerdotes, sacramentos, vestes especiais, cânticos cerimoniais, velas, defumadouros, símbolos, imagens, são inseparáveis das religiões, e tornam-nas mais acessíveis à compreensão popular, que se deixa tocar mais facilmente pela forma do que pelo conteúdo.
Na religião católica, que nos é mais familiar, podemos observar traços nítidos da magia dos povos Antigos. 

Hoje os franceses e os italianos já não consideram Toutatis ou Júpiter como responsável pelas trovoadas, mas, como bons católicos, ainda rezam a Santa Bárbara. 

Os santos, patronos e protectores de tudo e mais alguma coisa, tomaram o lugar dos antigos "deuses" pagãos. O mesmo se pode dizer dos festejos religiosos, que tomaram o lugar dos festejos pagãos. 

A Igreja Católica não extinguiu o Paganismo; cristianizou as práticas pagãs - e isto não é segredo, é assumido plenamente pela Igreja Católica.
Jesus de Nazaré, que não criou nenhuma religião, mas que também não censurou nenhuma, aconselhava os Judeus a que, antes de depor a oferenda em frente ao altar, fossem fazer as pazes com os inimigos. 

Eis o que as religiões visam: através das práticas materiais, chegar às práticas espirituais. Deus não precisa das oferendas no altar, mas nós precisamos de fazer as pazes com os nossos inimigos.



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